Sala escura, fonte luminosa, lente e garra que puxa o filme. Este é o trabalho do projetista de cinema. Sebastião Ribeiro Mota, que há 60 anos era do Cine Turfe e agora trabalha no cinema do Shopping Avenida 28 de Março, em Campos dos Goytacazes. Pai de família dedicou-se sua vida inteira ao cinema. Ele conta que nem sempre é legal trabalhar como controlador de projetores, no local onde ficam as máquinas, tem uma temperatura elevada, sem contar que ninguém o nota. Mas ele vê o lado bom de ficar lá em cima na sala dos projetores observando as pessoas. Ele é responsável pelas alegrias, desejos e emoções de quem freqüenta os cinemas. Os projetores não projetam apenas imagens, projetam também fantasias, sonhos; lá ele esquece até mesmo dos seus problemas financeiros. O fato é que ali na sala escura, no refúgio semanal de sete horas, páginas de sua vida são encenadas.
“Sempre tive dificuldade em eleger o melhor filme de todos aqui no cinema, porque são todos muito bem encenados, parecendo até reais. Às vezes eu choro. Na minha vida têm dias que posso acordar como super-herói, e no outro tento combater o crime como em Tropa de Elite”. Ele se sente dentro dos filmes, duvido que seja o único a crer que, certas horas, a vida parece uma história e isso o espanta.
Embora isso não pareça para o senhor Sebastião, diferente, porque alguns filmes são baseados em histórias reais. É o caso do filme “Os filhos de Francisco”, de Zezé De Camargo e Luciano. O maior desejo do senhor Sebastião Ribeiro é que alguém um dia faça um filme de sua vida.
2 comentários:
Seu trabalho é bastante interessante, continue assim...
Se puder coloque uma foto sua no blog
beijos.
Maria Fernanda
Adorei! Achei muito interessante a história do personagem e a profissão é realmente muito legal e pouco reconhecida. Parabéns!
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